INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 08 de Agosto de 2022 – A fragilidade no que tange a fiscalização derivada de escassez de recursos tanto humanos bem como materiais, e a entrada em esquemas por parte da população e poucos funcionários migratórios ao longo da linha fronteiriça na província de Tete faz com que cresça a onda de entrada ilegal de cidadãos estrangeiros ao país, com os malawianos a liderarem a lista de violadores de fronteiras moçambicanas, cujo destino é Maputo, capital do país e/ou a República da África do Sul.
Só em menos de cinco dias as autoridades migratórias na província de Manica, realizaram 21 fiscalizações das quais retiveram 17 cidadãos, sendo cinco burundeses, oito quenianos e quatro paquistaneses que estavam em trânsito pela província de Manica e que ilegalmente se introduziram no país.
Para além de usarem guias de marcha e documentos falsos os estrangeiros também adoptaram o sistema de usar passaportes com identificação idêntica e com fotografia para confundirem os funcionários da migração.
Tal como atestam as palavras de um cidadão retido na região de Muda, coração no distrito de Gondola, que apesar de ser estrangeiro fala fluentemente o português levando a crer que está envolvido em esquemas de entrada ilegal de seus conterrâneos no país de forma ilegal, assim ouve-se na sua declaração “estou retido porque muita gente que viajava no mesmo autocarro comigo tinha o documento idêntico ao meu e quando tentei me explicar a polícia da migração levou para cá” justificou.
De Janeiro à Julho do presente ano as autoridades migratórias em Manica retiveram 432 imigrantes ilegais, muitos dos quais malawianos que tentaram usar o corredor deste ponto do país para alcançar Maputo e África do Sul.
As retenções foram fruto de 121 acções de fiscalizações segundo conta Abílio Vasco Mathe, do Serviço Provincial de Migração em Manica que disse que a sua instituição está a envidar esforços de forma a mitigar a onda de entradas de cidadãos ilegais no país, visto que muitos desses são interpelados na província de Manica.
” A linha de fronteira moçambicana é muito extensa e ao longo dela há pontos sem presença de fiscais, isso faz com que os estrangeiros aproveitem para de forma ilegal entrem no país” afirmou Mathe, quem apela aos cidadãos para adquirirem um passaporte com o qual os possibilitará a viajar legalmente para o estrangeiro.
De Janeiro à Julho de 2021, 328 cidadãos estrangeiros com malawianos a liderar a lista deram entrada ao país de forma ilegal e foram retidos pelas autoridades migratórias da província de Manica. (Pedro Tawanda em Manica, para IMN)