Notícias avançadas pela AFP, indicam que um tribunal queniano adicionou esta terça-feira as acusações de assassínio às de terrorismo, tortura e crueldade contra crianças, bem como de “homicídio premeditado” contra o pastor Paul Mackenzie, após a morte de 429 seguidores do seu grupo evangélico.
Falando aos órgãos de informação, o pastor e outros 29 réus declararam-se inocentes, ao comparecerem perante um tribunal na cidade de Malindi, dez meses após a revelação deste caso que chocou o Quénia.
O antigo taxista, que se tornou pastor, está em prisão preventiva desde 14 de abril de 2023, um dia após a descoberta das primeiras vítimas na floresta de Shakahola (sudeste do Quénia) onde se encontra a Igreja Internacional da Boa Nova, que Paul Nthenge Mackenzie fundou em 2010.
O arguido defendeu que os seus seguidores jejuassem até à morte para “encontrar Jesus” antes do fim do mundo.
A investigação realizada em Shakahola, uma vasta área de mato na costa queniana, levou à exumação de 429 corpos, alguns que estavam enterrados há vários anos.
As autópsias revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome. Alguns, incluindo crianças, foram estrangulados, espancados ou sufocados.
A revelação deste escândalo, denominado “massacre de Shakahola”, colocou as autoridades quenianas sob fogo por não terem impedido as ações do pastor, que, no entanto, foi preso várias vezes pela sua pregação extrema.
Num relatório publicado em Outubro de 2023, uma comissão senatorial apontou “falhas” no sistema de justiça e na polícia, em 2017 e 2019.
Em Julho do mesmo ano, o Ministro do Interior Kithure Kindiki considerou o massacre de Shakahola “a pior violação de segurança da história” do Quénia. (JP/NM/IMN)