Papa admite resistência cultural em África a bênção de casais homossexuais

Numa entrevista ao jornal italiano La Stampa, hoje publicada, quando questionado sobre se a abertura da Igreja a todos é o grande desafio do seu pontificado, depois de ter declarado no verão passado em Lisboa, por ocasião das Jornadas Mundiais da Juventude, que a Igreja é para "todos, todos, todos", o Papa Francisco assumiu que essa é "a chave para compreender Jesus", pois "Cristo chama toda a gente", mas admitiu que tem sido confrontado com muitas questões "nos últimos tempos".

Pope Francis attends the Vespers prayer service to celebrate the conversion of Saint Paul, at St Paul's Basilica in Rome, Italy, January 25, 2024. REUTERS/Guglielmo Mangiapane

Questionado em concreto sobre a bênção de “casais irregulares e do mesmo sexo”, que sugeriu no ano passado, o Papa Francisco confirmou que lhe perguntam “como é possível”, ao que responde que “o Evangelho é para santificar toda a gente, desde que haja, claro, boa vontade”, sublinhando que “não se abençoa a união, mas as pessoas”.
Ao ser questionado sobre como está a lidar com a resistência de parte da Igreja à sua sugestão, depois de ter falado, numa recente entrevista televisiva em Itália, do “preço da solidão que se tem de pagar depois de um passo como este”, o Papa Francisco apontou então o caso particular de África.
“Os que protestam com veemência pertencem a pequenos grupos ideológicos. Um exemplo disso são os africanos: para eles, a homossexualidade é algo ‘feio’ do ponto de vista cultural, não a toleram”, declarou.
“Mas, de um modo geral, confio que, a pouco e pouco, todos se vão apercebendo do espírito da declaração “Fiducia supplicans” do Dicastério para a Doutrina da Fé: quer incluir, não dividir. Convida as pessoas a acolher e depois a confiar-se a Deus”, completou.
Lei sobre a reação dos bispos moçambicanos: http://dw.com/p/4agb0
(DW)
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