No sentido contrário, os terroristas continuam a intensificar suas incursões em aldeias dos distritos de Mocímboa da Praia (fortemente controlado pelas Forças militares e policiais ruandesas), Macomia, Muidumbe e Quissanga. Onde o grupo terrorista recorre à engenhos explosivos, ataques às posições militares, incêndio de viaturas e residências, decapitações de agentes militares infiltrados nas comunidades e conversações com parte dos membros das comunidades.
Nos últimos dias, os ataques terroristas estiveram concentrados na região de Mucojo (considerada Meca pelos membros do grupo), onde primeiramente os terroristas ocuparam o local por algumas horas, mas uma operação fortemente reforçadas das Forças de Defesa e Segurança (FDS) realizada na manhã da última terça-feira (23.01), obrigou parte dos membros do grupo a fugirem Quissanga, onde viriam a reunir-se com a população e posteriormente seguido para em parte incerta, o que alimentou especulações de que estão em Direcção ao sul da província de Cabo Delgado.
No meio deste todo enredo, os gestores do Porto de Mocímboa da Praia podem vir a ficar prejudicados, uma vez que a TotalEnergies e o Governo moçambicano pretendem instalar um novo Porto em Palma e movimentar todo arsenal bélico e militar ruandês para Palma, onde a tropa moçambicana não terá um papel relevante, conforme várias fontes militares e empresariais.
Contudo, o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi e do Ruanda, Paul Kagame, tido como o ponta de lance do Governo francês e consequentemente da TotalEnergies, uma vez que os pagamentos da missão militar em Moçambique estão a ser suportados por estas entidades, os dois dirigentes estiveram reunidos ontem (25.01) em Kigali, onde segundo consta numa curta nota publicada na página oficial do Facebook do presidente moçambicano, refere que “reuni-me ontem com o meu homologo do Ruanda, Paul Kagame, em Kigali, em decurso da visita de trabalho de algumas horas que efectuei a este País com o objectivo de juntos abordarmos questões da cooperação bilateral, aprofundamento e fortalecimento dos laços de amizade entre os dois povos e países.”
De referir que contrariamente as outras viagens que são amplamente anunciadas pela presidência da República de Moçambique, está não foi publicitada antecipadamente, mas sim, depois de ter acontecido. Portanto, tendo sido sempre assim, desde que a relação entre Filipe Nyusi e Paul Kagame se transformou num “acto de cumplicidade” em todas as grandes decisões a serem tomadas em relação à Cabo Delgado e a decisão de retorno da TotalEnergies nas suas operações exploratórias na Península de Afungi, no distrito de Palma, na província de Cabo Delgado. (Omardine Omar)