INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 05 de Agosto de 2022 – O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, disse, na província de Gaza, durante a abertura da 9ª edição do Briefing Economic, que a apresentação do índice do Robustez Empresarial, as dinâmicas dos mercados de capitais, bem como fórum de negócios onde as empresas do sector industrial, transportes e de combustíveis iriam abordar aspectos específicos do contexto actual, bem como oportunidades de negócios que se abririam. Por fim, teremos uma exposição com cerca de 20 empresas – considerou.
Sobre o desempenho empresarial, Vuma avançou que houve uma certa tracção no II Trimestre de 2022 comparativamente ao I Trimestre, tendo o Índice de Robustez Empresarial aumentado em 1 ponto percentual, passando de 27% para 28%.
Indo mais, Agostinho Vuma explicou que os principais impulsionadores deste incremento foram (i) o início da campanha de comercialização agrícola, (ii) o início da época de exportação de produtos como o algodão e camarão e (iii) a melhoria do desempenho do sector de turismo principalmente em províncias como Inhambane e Manica.
Acrescentando, Vuma afirmou que “na nossa perspectiva, este desempenho não foi mais pronunciado por conta dos impactos do aumento do preço de combustíveis cujos efeitos se reflectiram directamente no sector de transportes, sector esse que, também, se deparou com a elevação dos custos de manutenção. É importante notar que este sector tem um efeito transmissor na economia, o que tem propiciado o agravado dos preços de bens na economia.”
Prosseguindo, Agostinho Vuma, adiantou que, no que diz respeito ao índice de emprego, acompanhando a tendência do índice de robustez empresarial, também, apresentou uma ligeira melhoria, o que denota uma maior prospecção do sector privado de gerar emprego no II Trimestre deste ano face ao I Trimestre. Entretanto, o mercado de trabalho continua frágil constatando que há uma preferência para a contratação de mão-de-obra temporária ou em tempo parcial, principalmente nos sectores da agricultura e construção.
Como perspectivas, espera-se que, no III trimestre, continue numa tendência crescente à actividade empresarial. Todavia, há o risco de uma conjuntura caracterizada por persistência alta de preços de bens e serviços, cujo impacto poderá ser a diminuição da procura e, consequentemente, o retraimento dos lucros de exploração.
Para fazer face à alta de preço e propiciar o aumento da produção e produtividade por forma habilitar o país de melhores condições para absorver aos choques externos, a CTA tem advogado a adopção, de entre outras medidas.
Dentre elas, Vuma defendeu que, “sem minimizar o problema da subida de preços de outros produtos, é um facto que o combustível afecta, indirectamente, o preço dos outros produtos que compõem a inflação.” Na ocasião, afirmou que o conflito Rússia/Ucrânia é um factor exógeno e afecta, especificamente, o preço dos cereais e combustíveis, não seria, então, uma melhor opção combater a inflação isolando o impacto destes itens através de: Redução a componente dos impostos na importação, em particular do combustível que chega a ter um peso de cerca de 60%;
No discurso, Agostinho Vuma afirmou que há acções para a produção local. Aqui, como disse, a política monetária – ao tentar reduzir inflação aumentando a taxa de juro, num factor exógeno – acaba sendo ineficaz porque não contém a inflação e estrangula o sector empresarial, em particular o sector produtivo. O IVA deve ser reduzido e nivelado com o que acontece na região.
Como CTA, continuaremos a dialogar com o Governo, se focalizando questões de carga tributária, onde procura a sua redução, defendeu Vuma. (INTEGRITY)