Escrito por: Omardine Omar, Jornalista
INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 03 de Agosto de 2022 – Nos últimos anos, o Distrito de Manhiça, na Província de Maputo, tornou-se uma zona de más memórias para várias famílias. Em causa, estão os constantes acidentes de viação mortíferos, que ocorrem no troço Manhiça – Marracuene.
Desde que os acidentes eclodiram, o Governo moçambicano tem implementado várias medidas, desde técnicas, legais, de reabilitação de estradas e até espirituais, mas em nada resulta, porque os acidentes ainda ocorrem em cascata, pelo que, num determinado dia, pode acontecer um, dois ou mais acidentes, instalando luto, traumas e outros problemas na vida de diversas famílias.
Diante desta situação, entendemos que é de vital importância que o Governo moçambicano, através das instituições designadas para gerir o sector de transportes e comunicações, em especial as estradas, estude uma possibilidade de eliminar ou substituir o troço mortífero por uma via alternativa, como forma de conter ou parar a onda de derramamento de sangue e as mortes constantes na região da Manhiça – local importante e vital para a economia nacional, pois os acidentes mortíferos, que ocorrem diária, semanal ou mensalmente, têm manchado a “boa imagem” daquela região!
O desenho de uma nova rota alternativa no troço da Manhiça, concretamente em Maluana, pode ser uma saída importante para reduzir a sinistralidade rodoviária que transformou o Distrito de Manhiça num corredor de morte e assombroso para as famílias e os automobilistas que por ali passam – não adianta fazermos constantes reformas legais, enquanto a nossa mentalidade e as nossas vivências tradicionais ou antropológicas prevalecerem!
O continente africano é um local de superstições, de pactos espirituais incompreensíveis, no qual um acto involuntário do Governo ou de particulares pode ter provocado elementos antropológicos de vital importância naquela região, que o Edil de Manhiça já chegou a encontrar, no seu gabinete, mais de sete cobras venenosas, cuja explicação, até hoje, não foi revelada.
Em Manhiça, a casa protocolar do Município encontra-se desabitada, desde que o antigo Edil a desocupou. Além disso, uma Juíza chegou a ser mantida em cativeiro durante dias, na sua própria residência, por malfeitores, sem que as autoridades locais sentissem a sua falta. Ademais, recentemente, agentes das Forças de Defesa e Segurança (FDS), polícias e militares, foram enterrados vivos – Manhiça é um local de mistérios, daí que se torna necessário corrigir o possível erro que tenha sido cometido e esteja além da compreensão racional do homem, uma vez que a antropologia espiritual africana é complexa!
Portanto, o Governo moçambicano deve criar uma rota alternativa no troço mortífero do Distrito de Manhiça, porque aquele problema não será resolvido com campanhas, vídeos para alimentar o WhatsApp ou Facebook, detenções ou inibições de condutores, mas a construção de um novo troço e a reconstrução de toda Estrada Nacional Número 1 (EN1), com condições mundialmente recomendadas para uma estrada daquela dimensão. (IMN)