INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 03 de Agosto de 2022 – As Forças de Defesa do Lesotho e Forças Armadas da Tanzânia, ao serviço da Missão Militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), no Distrito de Nangade, em Cabo Delgado, mostraram um gesto de solidariedade à população produtora das aldeias de Chibau e Mualela, para evacuar os seus produtos alimentares, que tinham sido armazenados em celeiros caseiros.
A medida, segundo justificou a Força da Defesa de Lesotho, na sua página de Facebook, visa ajudar os produtores a tirar os seus produtos alimentares, porque os terroristas ainda atacam àquelas regiões e expulsam os populares para roubar os produtos das machambas já armazenados em suas casas.
Com efeito, carros militares e respectivos soldados foram enviados à Chibau e Mualela, para vigiar, enquanto a população carrega os bens para a Vila-Sede de Nangade, onde, nos últimos dias, encontram-se refugiados, em consequência da intensificação dos ataques terroristas.
Nos últimos dias, após o ataque ao Bairro Chitunda, nas “barbas” da administração do Distrito de Nangade, a situação é descrita como normal, mas a população e as forças locais têm agudizado a vigilância para denunciar qualquer movimento estranho.
Os ataques terroristas, em Cabo Delgado, começaram na madrugada de 05 de Outubro de 2017 e afectaram 11 dos 17 Distritos daquela Província. De lá para cá, os ataques continuam, mesmo com a presença das forças da SADC e do Ruanda, que se juntaram às tropas moçambicanas, apesar de se ter capturado vários terroristas e destruído várias bases.
Recentemente, foi divulgado que as tropas no terreno precisam de mais coordenação, mas, por enquanto, ainda não se descobriu a fonte de financiamento do terrorismo que assola a Província de Cabo Delgado.
As organizações humanitárias e de monitoria do conflito estimam que mais de 4 mil pessoas, entre civis e militares, perderam a vida, e mais de 800 mil estão deslocadas, além de vários desaparecidos. (Mussa Yussuf, em Pemba, para IMN)