INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 02 de Agosto de 2022 – A empresa italiana de serviços petrolíferos, Saipem, espera que o projecto Moçambique LNG de US $ 23 biliões, a declaração de força maior emitida em Abril pela gigante de petróleo e gás TotalEnergies, não seja suspensa até 2023, no mínimo.
Ainda assim, a empresa diz que o contrato de fornecimento e construção de grande parte do projecto Mozambique LNG vai ser renovado com vista a enquadrar-se no ambiente actual.
“A TotalEnergies não vai reiniciar este ano os trabalhos do seu projecto de GNL em Moçambique e, por isso, o seu contrato com o consórcio responsável pela construção dos componentes de liquefação será revisto”, reitera Alessandro Puliti, director de operações da empresa italiana Saipem citado pelo jornal. portal “Upstream Online.”
A empresa lidera, como é conhecida, a joint venture, juntamente com o fornecedor de soluções de engenharia e construção, McDermott International, e a empresa global de engenharia, Chiyoda Corporation, uma presença conjunta que garantirá a engenharia, aquisição e construção de grande parte do Projecto de GNL de Moçambique de US$ 8 biliões em Junho de 2019, com a Saipem contribuindo com cerca de US$ 6 biliões.
O projecto de US$ 20 biliões permanece sob força maior, e o director de operações da Saipem, enfatizou aos analistas que: “O projecto ainda está suspenso e não esperamos nenhum reinício das operações em 2022.”
Enquanto isso, questionado por um analista se os termos e condições originais do contrato de aquisição e construção de 2019 – grande parte com preço de 2018 – permaneceriam em vigor quando o trabalho fosse reiniciado, Puliti disse que não seria o caso.
“Claramente, estamos em um mundo diferente hoje de 2018 e 2019”, disse Puliti, destacando questões relacionadas ao Covid-19 e custos de matérias-primas, mesmo antes da guerra na Ucrânia.
Puliti explicou ainda que, havendo negociações sobre contratos legados que foram adjudicados antes da Covid, “a maioria dos clientes” está disposta a acomodar custos crescentes e acredita que o mesmo pode acontecer com o acordo do projecto Mozambique LNG.
” Ao reiniciar as operações em Moçambique, elas têm que ser (realizadas sob) termos e condições diferentes, porque o que foi acordado no início do projecto claramente não é mais sustentável. O reinício total do projecto será, com certeza, em uma base diferente (contratual), negociada com o cliente”, ressalta.
No entanto, de acordo com o portal “Upstream Online”, assumindo que os trabalhos do GNL de Moçambique sejam reiniciados no próximo ano, as exportações de gás deverão começar em 2027 ou 2028 a partir de uma instalação com capacidade de 12,88 milhões de toneladas por ano. (360)