Entretanto, contra toda narrativa positivista que será levantada amanhã e o banho propagandístico que irá se assistir em vários órgãos de comunicação social, a melhor forma de apresentação do actual Estado Geral da Nação seria uma sessão de perguntas e respostas ou vice-versa num estádio de futebol à escolha do executivo ou na maior avenida do País. Poderia ser no Zimpeto, Chiveve, 1º de Maio ou Municipal de Lichinga, mas precisamos de falar com o senhor Presidente. Precisávamos ser ouvidos todos ou alguns representantes dignos antes da leitura deste amuleto romântico, Excelência. Porque só assim é que poderíamos analisar vários aspectos que os moçambicanos precisam de ser respondidos por quem dirige o País.
Não se entende como um caderno poético e acompanhado de vários “números incertos” podem no final do dia reflectirem o sentimento de um povo que hoje sente falta de quase tudo, começando pela insegurança estomacal, insegurança pública, insegurança em sonhar em dias melhores, insegurança por pensar diferente, insegurança por trabalhar e não saber se vai receber na data combinada, insegurança por nascer em Moçambique, uma vez que os hospitais encontram-se sem medicamentos e os profissionais de saúde revoltados e sem vontade de trabalhar.
Os raptos espelham o tamanho da ingovernabilidade que este País se transformou. As famílias das vítimas há anos esperam por acções enérgicas do governo para colmatar de uma vez por todas este mal, mas debalde! A Pérola do Índico, hoje é o paraíso dos narcotraficantes e o inferno dos “grandes empresários”.
Moçambique, hoje é um País, onde um indivíduo é detido pelas autoridades policiais e do nada aparece morto e sem qualquer explicação e nem responsabilização. Nas marchas pacíficas, a polícia dispara sem piedade para a multidão, matando “os azarados do dia”. As famílias das vítimas não recebem qualquer explicação e nem vêm a justiça a ser feita no final do dia e assim continuamos a caminhar como se de uma grande nação de insensíveis se tratasse.
A melhor forma de apresentar o Estado Geral da Nação seria, dando-nos espaço de cada um de nós dizer o que sente neste momento, depois de ver a CNE, STAE, PRM, CC e o partido que o Presidente da República dirige montarem um estratagema que molestou as escolhas do povo, por isso, neste momento, tudo quanto for dito não será devidamente assimilado pelo povo que diriges Excelência, a não ser que consideres os moçambicanos apenas os membros da PRM, Frelimo, STAE, CNE e CC.
REITERO que o verdadeiro Estado Geral da Nação só fará sentido para os moçambicanos se os mesmos pudessem dizer ao seu Presidente o que eles sentem neste preciso momento, mas como, tratasse de um figurino de apresentação já pré-estabelecido e que parece confortável para a Sua Excelência e no respeito pela alínea b) do artigo 159 da CRM, iremos mais uma vez acompanhar a apresentação, mas o meu sentimento como moçambicano e de muitos outros é de que a Situação Geral da Nação não é boa e não dignifica qualquer moçambicano de verdade, a não ser alguém que vive num outro País e não neste! (O. Omar)