INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 02 de Agosto de 2022 – A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) destaca as principais preocupações com a saúde dos refugiados após recordes nos deslocamentos forçados. Apesar dos preocupantes índices de desnutrição, notaram-se ganhos na inclusão de refugiados nas políticas nacionais de saúde.
O ACNUR diz que está preocupado com a nutrição dos refugiados e seu potencial impacto na saúde em meio a uma confluência de crises globais, incluindo a escassez de alimentos e acesso limitado a oportunidades de emprego.
Um terço dos 93 locais pesquisados na Revisão Global de Saúde Pública Anual de 2021 do ACNUR mostrou níveis graves de desnutrição aguda global e níveis críticos foram registados em 14% dos locais. “As taxas de desnutrição são preocupantes, principalmente porque foram registadas antes da guerra na Ucrânia fazer subir os preços dos alimentos e commodities”, disse Sajjad Malik, Director da Divisão de Resiliência e Soluções do ACNUR.
“A ingestão nutricional é um instrumento importante para a construção de comunidades mais saudáveis e resilientes. Em um ano difícil, marcado pela COVID-19 e níveis recordes de deslocamento global, 7,6 milhões de refugiados receberam assistência médica apoiada por governos, ACNUR e outros parceiros.
As principais causas de doença continuaram sendo a infecção do trato respiratório superior (23%), malária (19%) e infecção do trato respiratório inferior (7%). As doenças não transmissíveis representaram 5% das consultas, enquanto os serviços de saúde mental representaram 2%, um ligeiro aumento em 2020. Houve ganhos na inclusão de refugiados nas políticas nacionais de saúde. Nos 48 países pesquisados sobre inclusão, 76% incluíram refugiados no plano nacional de saúde, um aumento de 62% em 2019.
Todos os países afirmaram que os refugiados podiam acessar unidades de saúde primárias, com 94% nas mesmas condições que os nacionais. Até o final de 2021, segundo ano a ser marcado pela COVID-19, 162 países haviam incluído os refugiados e requerentes de asilo nos planos nacionais de vacinação. Até o final do ano, 4,79 milhões de doses de vacina foram administradas a 3,25 milhões de refugiados. O ACNUR também adquiriu e entregou equipamentos de protecção individual e outros itens críticos, como testes de diagnóstico rápido e concentradores de oxigênio no valor de US$ 69,1 milhões para 75 operações.
No geral, o ACNUR continua preocupado com a interrupção dos serviços causada pela pandemia e concentra-se na adopção de imunizações infantis de rotina em 2022. Apesar das interrupções nos serviços de saúde causadas pela pandemia, o acesso a parteiras qualificadas para refugiados manteve-se estático em 93%.
Parteiras qualificadas atenderam 114.490 dos 123.264 partos registados em 2021. O ACNUR está comprometido com o acesso equitativo aos cuidados de saúde e insta os Estados a incluir os refugiados em sistemas e serviços nacionais de saúde funcionais sempre que possível. (INTEGRITY)