Em entrevista concedida à “Integrity” Amélia Sithole e Linda Saize, ex-guerrilheiras da RENAMO confessaram que apesar de serem bem recebidas nas comunidades onde foram inseridas, estão a passar momentos maus, porque sem o dinheiro mensal prometido não tem como se virar no sentido de satisfazer as despesas diárias inerentes a aquisição de produtos da primeira necessidade.
“Temos optado em fazer machambas para conseguir sobreviver, mas isso não está a nos ajudar, o governo prometeu nos pagar e só deu um mês e no dia em que entregamos as armas e de lá para cá estamos entregues a nossa sorte pedíamos para quem de direito resolvesse a nossa situação”, revelou.
A “Integrity” quis saber se estariam aptas em voltar às matas onde a vida era aparentemente boa para elas?
“A opção de voltar às matas é remota, agora queremos viver a vida sem perseguições, mas o governo deve honrar com o prometido porque a vida nas cidades e vilas sem recursos financeiros é sufocante”, explicaram.
Na ocasião, o Instituto Para a Democracia Multipartidária (IMD) anunciou um pacote financeiro para apoiar as actividades das mulheres desmobilizadas no âmbito do DDR, “queremos que as mulheres e ex-guerrilheiras sejam acolhidas e inseridas sócio e economicamente nas comunidades, por isso temos vários projectos para empodera-las”, sublinhou Dércio Alfazema Director de programas no IMD.
“Para além de reparar-se apenas para as mulheres ex-guerrilheiras, também deve-se zelar pela mulher viúva daquele que tombou durante o conflito político-militar’, sugeriu Ema Catana, Directora provincial de gênero criança e acção social em Manica.
“Mas do que a mulher ex-guerrilheira, a criança órfã do combatente deve merecer uma atenção especial para que não se sinta excluída na sociedade e se as organizações sociais apoiassem as viúvas dos ex -guerrilheiros seria bom para uma sociedade sem exclusão”, concluiu Ema Catana Directora provincial de gênero criança e acção social em Manica. (Pedro Tawanda, em Manica)