Entretanto, o Acórdão n° 48/CC/2023, de 23 de novembro confirmou o que muitos moçambicanos atentos e informados já previam: que até poderiam devolver a vontade popular em certos locais, mas que nos locais de grandes interesses políticos e financeiros, dificilmente o CC alteraria o estratagema montado, ou seja, que alguns cabeças-de-lista tidos como vencedores que seriam legitimados como edis de munícipes que não os votaram.
É uma situação que terá consequências nebulosas nos próximos dias, com actos de sabotagem governativa que ditará o desgaste político e administrativo dos edis chancelados pelo CC e que no próximo ano começarão a exercer suas funções. A questão de governar sem ser eleito fará com que os indivíduos em questão excluam algumas zonas e os respectivos cidadãos por não terem eleito o tal dirigente. Uma atitude que vigora há décadas em Moçambique, onde projectos chegam a tombar, simplesmente porque a população do respectivo local, se identifica com uma outra formação política.
As cidades como Maputo, Matola e Nampula, onde residem certos cidadãos com um nível de visão e de exigência aparentemente mais amplo que os cidadãos de outras regiões, fenómenos de insatisfação poderão ser evidentes nos próximos cinco anos, uma vez que a vontade popular não foi respeitada, em nome de Leis problemáticas e candidatos perdedores foram legitimados na secretária pela CNE/STAE e CC.
Infelizmente este é um mal que já nos acompanha em Moçambique há vários anos, ou seja, desde que decidimos começar a realizar eleições, existem sempre alguém que acaba governando sem ser eleito. Entretanto, práticas de gênero não contribuem para o desenvolvimento de nenhuma cidade e muito menos de uma nação, porque o referido governante acaba sendo um infiltrado na vida dos cidadãos que escolheram uma outra figura para os governar. Precisamos passar a respeitar as regras de jogo para que as Instituições do País sejam fortes. Precisamos aprender a respeitar a vontade e o valor do voto para que as novas gerações saibam diferenciar entre o bem e o mal. (Omardine Omar)







