Trata-se de um “train” que terá 12 carruagens e com capacidade de transportar por viagem pelo menos 1.800 passageiros.
A retorno de funcionamento do comboio de passageiros coincide com o fim da requalificação e reabilitação da linha de Machipanda, uma via ferroviária que custou aos cofres da empresa Portos e Caminhos de Ferro (CFM) 200 milhões de USD amealhados na banca nacional e de fundos daquela empresa ferro-portuária.

Discursando na ocasião, o Presidente moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, destacou a velocidade com que as mercadorias chegam do Porto da Beira aos países do Hinterland. Tendo dito que, “de janeiro a outubro do presente ano, o Porto da Beira registou a carga e descarga de 11.2 milhões de toneladas métricas das quais na sua maioria foi escoada a nível interno e externo por via rodoviária, desgastando assim a Estrada Nacional (EN6) que foi reabilitada e inaugurada em 2019”, explicou.

Foi em 2020 que iniciou a requalificação e reabilitação da linha de Machipanda, uma via que sofreu a redução de 10 curvas desnecessárias para além de vários raios apertados que na altura faziam com que as locomotivas andassem a velocidade de 30 KM/H e para já, os comboios andam á 40 Km e se prevê que reduza também o tempo de trânsito de carga para o vizinho Zimbabwe, das antigas 600 mil toneladas para 3 mil milhões por ano no Porto da Beira para as terras de “mwenemutapa”, o que para o governo de Harare, a infraestrutura vai reduzir os custos de transporte de produtos para aquele país.

“Estamos há vários anos a sofrer sanções económicas, mas graças a solidariedade dos moçambicanos estamos a nos reerguer e nós zimbabweanos estamos a ter benefícios com o transporte ferroviário e com a reabilitação e requalificação da linha de Machipanda e prevê-se o desenvolvimento rápido do Zimbabwe”, disse Emerson Dhambudzo Mnangagwa, o Presidente Zimbabweano quando convidado a intervir em celebração da inauguração da linha de Machipanda.

Contudo, estima-se que por dia circulam ao longo da EN6, 450 camiões que tem o Porto da Beira, o local para carga e descarga e com a entrada em pleno do funcionamento da linha de Machipanda, acredita-se na redução desse intenso tráfego que para além de sobrecarregar a via rodoviária causa também acidentes de viação. (Pedro Tawanda)