O que alguns não sabem, é que este deixou de ser a primeira linha de opção, segundo esclarece Samir Correia, Médico Urologista do Hospital Central de Maputo, que dá detalhes dos passos.
Primeiro, o paciente é submetido ao exame “antígeno prostático específico” (PSA), feito através da colheita de uma amostra de sangue, para ver possíveis alterações dos valores normais que no indivíduo adulto saudável, varia de 0 – 4.
Outro exame de extrema importância, de acordo com o Especialista, é a Ecografia da Próstata, considerada a melhor abordagem para identificar as características do órgão de entre as quais, o tamanho, morfologia, possíveis nódulos e outros problemas.
Em função dos resultados do PSA e da ecografia, o médico decide se há ou não necessidade de o paciente ser submetido ao toque rectal, para concluir o diagnóstico, apontou Samir.
Quando se verificam alterações nos três exames, o paciente é submetido a biópsia prostática, um exame que permite recolher através de uma agulha, pequenas amostras do tecido da próstata para serem examinadas de modo a descartar ou obter um diagnóstico definitivo.
Em caso de confirmação e dependendo do estágio da doença, decide-se pelo melhor método de tratamento que pode ser, cirúrgico para a retirada da próstata, uso de radioterapia para matar as células cancerígenas ou ainda, a terapêutica hormonal, para cancros mais avançados, disseminados para outros órgãos.
Samir Correia, sublinha que a maior parte dos pacientes diagnosticados cancro de próstata no Serviço de Urologia do HCM, geralmente chegam queixando-se de problemas urinários relacionados à obstrução do trato urinário inferior, que se manifestam através da demora para iniciar uma micção, baixa pressão do jato urinário, gotejo no fim da micção, sensação de bexiga cheia mesmo depois de terminar, levantar mais de três vezes para urinar a noite.
Quando a doença está em fase avançada e disseminada, sintomas como dor lombar, urina com sangue podem também ser sentidos. Acrescenta o médico. Entretanto, o especialista esclarece que estes sintomas, podem também denunciar a presença de outras doenças tais como a prostatite, hiperplasia prostática benigna, que são mais comuns, daí ser importante dirigir-se a uma unidade sanitária, logo ao primeiro sinal.
Uma das formas para combater a progressão do cancro da próstata é a implementação de medidas de prevenção activas, que só é possível conhecendo os factores de risco.
Com relação a este aspecto, Samir Correia separa os factores em dois, não modificáveis e modificáveis, sendo os primeiros, o facto de ser homem de raça negra, idade acima dos 45 anos, histórico familiar. Com relação aos factores modificáveis, elenca maus hábitos alimentares, principalmente dietas ricas em gorduras e demasiado proteicas, além de consumo elevado de carnes vermelhas, tabagismo, álcool, ausência de exercícios físicos e obesidade.
O Médico termina recomendando aos homens a estarem mais atentos, dirigindo-se logo de imediato à unidade sanitária mais próxima em caso de surgimento de algum sintoma, pois, não é, de todo, uma sentença de morte. Vergonha, é não se cuidar. (HCM/IMN)