Enquanto o CC continua “mudo” e escondido no seu conclave, as interpretações sobre o fenómeno eleitoral e as manifestações um pouco por todo o País continuam ao rubro. O CC que recentemente esteve envolvido numa polémica por ter estado no mesmo espaço com o Presidente da República e Presidente da Frelimo, Filipe Jacinto Nyusi, durante a celebração dos 20 anos do CC e da legalidade.
O CC foi acusado pelo Centro de Integridade Pública (CIP) de promiscuidade face ao último evento que poderia ter sido muito bem evitado. Entretanto, quando já se passaram mais de duas semanas após a aprovação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), eis que as atenções de todos moçambicanos e dos observadores/parceiros internacionais de Moçambique estão de olhos na decisão final do CC sobre o processo.
Quase todos os dirigentes do País, quando são questionados sobre o processo eleitoral em curso, só dizem que irão se pronunciar após a decisão do CC, mesmo com a onda de contestações e repúdios aos actos de fraude e violência registada durante o processo eleitoral realizado no passado dia 11 de outubro.
Entretanto, a espera da decisão do CC tem vários significados, entre eles para abrandamento das manifestações caso haja reposição da verdade eleitoral, ou para intensificação das mesmas caso a situação actual prevaleça. O facto é que o Acórdão do CC deve responder aos vários problemas detectados durante as eleições autárquicas, porque caso isso não aconteça, as Instituições estatais e o País poderão continuar reféns do actual cenário, ou mesmo possível aproveitamento do contexto por grupos subversivos para instalar o caos.
A decisão do CC deve defender Moçambique e os moçambicanos de uma nova guerra ou conflito político-militar que se verificou nas últimas décadas no País. O CC deve salvar a imagem pálida e falida das Instituições eleitorais. O CC precisa resgatar a democracia que se encontra sequestrada pelos “inimigos do povo moçambicano”. O Conselho Constitucional deve provar por que o nosso País é considerado constitucionalmente de que é um Estado de Direito Democrático.
O Conselho Constitucional deve devolver o poder ao povo, porque caso aconteça o contrário, estaremos diante de um “genocídio da democracia” conforme declarou Venâncio Mondlane, Cabeça-de-Lista da RENAMO na Cidade de Maputo que exige a reposição da “verdade eleitoral há mais de um mês”.
Por outra, todos estão de olhos na decisão do CC, porque a mesma servirá de prova para que o Ministério Público leve à “barra da justiça” todos aqueles que mancharam este processo e atentaram contra a reputação e integridade do País e dos moçambicanos. O Acórdão do CC deve ser acima de tudo, um amuleto sem vícios e nem gralhas tendenciosas que no final irão decepcionar e frustrar a vontade popular e atirarem o País para um lado escuro e perigoso, onde para a reposição da paz e tranquilidade poderá envolver primeiro a perda de vidas e uma violência sem precedentes, enquanto isso, os “graúdos todos desaparecem do País em jatos privados para terras sem extradição para Moçambique”.
Contudo, todos estão de olhos na decisão do Conselho Constitucional que podem ser vistos como “os restauradores da harmonia social ou os traidores da pátria” e condenarem o País a uma nova etapa de misantropismo político e partidário sem precedente. (O.O.)







