“Estamos quase há três meses sem receber os nossos ordenados, antes disso, ficamos quatro meses também sem receber. Este problema acontece em particular com a província de Nampula e quando perguntamos os nossos superiores ao nível da província dizem que todo o processo cabe ao Tesouro Nacional fazer o pagamento, mas em contrapartida, há quatro meses, tínhamos informações que as outras províncias pagavam normalmente e tem atraso no minimo de um mês”, disse um dos extensionistas que falou ao Ikweli.
Como forma de salvaguardar a sua integridade, a fonte não quis revelar a sua identidade, no entanto, avança que “para receber os salários tem sido difícil, até que haja alguma reivindicação e esta atitude continua cada vez mais a ganhar espaços, e estamos preocupados e gostaríamos de saber porquê o Tesouro Nacional penaliza a província de Nampula, com um total de 250 extensionistas que fazem assistência aos produtores agrários ao nível dos distritos”.
Por outro lado, outra fonte, entende que devido a falta de pagamento de salários de, pelo menos, 2 meses constitui maior barreira garantir a sua sobrevivência e das suas famílias. “Para o meu lado continuarei a reivindicar o meu salário e acho que os órgãos de comunicação podem nos ajudar bastante a levar as informações e dar a conhecer às autoridades que velam sobre esta situação.
A falta deste salário é um prejuízo total, durante este processo passei por momentos difíceis e até perder a vida a minha esposa por falta de dinheiro para comprar medicação e mesmo levar a uma unidade sanitária. Estamos a passar mal e cada um dos extensionistas tem a sua história da difícil situação que neste momento se encontra”. Também, recordou que “estamos a passar as consequências pela demora de pagamento dos nossos salários que normalmente era nos dias 26 a 28 e recordo-me que a última vez que realizamos a reivindicação recebemos 4 salários acumulados em um dia e desta vez não sabemos como as coisas serão”, disse a fonte.
O problema é mesmo com o Tesouro Nacional, o delegado provincial do Fundo do Fomento Agrário e Extensão Rural (FAR, IP), Isaac Jamal, confirmou a demora de disponibilização dos salários aos funcionários nas províncias de Nampula e Zambézia, e ainda afirma que o processo é gerido pelo Tesouro Nacional do ministério da Economia e Finanças.
“Nas províncias do Niassa e Cabo Delgado está pago, Nampula e Zambézia ainda está em processo de cabimentação a nível do Tesouro Nacional e depois o que se segue é disponibilização dos salários nas contas dos funcionários. Portanto, não há aqui nenhuma má intenção e congelamento, esta informação infelizmente é normal assim acontece com os extensionistas”, disse a fonte, reconhecendo que “o salário é sagrado e toda a gente tinha que ter porque ninguém queria ter falha no salário”. Jamal disse que, também, essa situação se deve a concertações entre o Governo e parceiros, como também nega que este grupo de extensionistas não esteja há 3 meses sem salários.
“Três meses sem salários não é verdade, o que está em causa é setembro e outubro que são dois meses, novembro já está cabimentado e será lançado. Até diria, infelizmente dois meses porque não é uma situação normal para mim como gestor da instituição, tenho de facto sentimento e que não é aceitável que assim seja, mas infelizmente é um problema que se verifica a nível do ministério das Finanças, mas não posso aqui garantir datas, dizer que dentro desta semana esteja disponível os salários nas contas dos extensionistas”. (TEXTO: JORNAL IKWELI)







