“Estou muito feliz que isso tenha acontecido, porque quem ganha é o povo. Exatamente isso, o consumidor. Então, os preços não podem ser um mecanismo de separar as pessoas, de excluir as pessoas das oportunidades”, afirmou o ministro, admitindo que o anúncio feito pela LAM – Linhas Aéreas de Moçambique, do regresso aos voos diretos entre Maputo e Lisboa a partir de dezembro, já fez a portuguesa TAP baixar as tarifas das mesmas ligações.
“Estou feliz por a TAP ter feito isso, porque isso vai induzir à competição. Nós queremos ser competitivos, não queremos ser monopolistas, não queremos ser favorecidos com o protecionismo. Portanto, penso que a LAM vai-se erguer e vai ter uma luta respeitável e vamos nos posicionar neste mercado, oferecer serviços de qualidade e com maior segurança para os consumidores”, disse Mateus Magala.
A transportadora estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) anunciou no final do mês passado que vai retomar, a partir de 12 dezembro, a ligação entre Maputo e Lisboa, dois anos depois da interrupção (LINK notícia relacionada).
A LAM e a TAP são assim as duas únicas companhias aéreas que asseguram voos diretos entre Maputo e Lisboa.
Moçambique reclama maiores facilidades na concessão de vistos por parte de Portugal
Para o ministro Magala, a facilitação de emissão de vistos para moçambicanos, à semelhança do que acontece em Moçambique para cidadãos portugueses, é o próximo necessário passo.
“Vamos continuar a trabalhar com as autoridades portuguesas. Para dizer que o mundo está a ser uma vila comum e o ponto de partida para construir essa vila comum, mais fácil, é onde há alguma relação histórica, cultural, linguística económica e de outra natureza. E Portugal e Moçambique já têm centenas de anos de história”, disse.
“Continuar a termos esse tipo de barreiras a viajar é insustentável. Portanto, eu penso que o senso comum vai prevalecer e vamos ter as fronteiras abertas para os moçambicanos, como temos com os portugueses”, acrescentou.
Segundo o anúncio feito pela LAM em 30 de outubro, os voos, a partir de 25 mil meticais (368 euros) na classe económica, serão efetuados por um Boeing 777-300ER, com 302 lugares, da Euro Atlantic Airways, que vai ligar as duas capitais três vezes por semana.
A transportadora moçambicana explicou que a rota Maputo-Lisboa faz parte do plano de revitalização da operadora, depois de a empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA) ter entrado na gestão da LAM em abril deste ano, chamada pelo Governo.
“É um avanço extraordinário. E também a ocupação, o nível de passageiros que viajam nas nossas linhas aumentou significativamente. E isso é bem-vindo”, reconheceu o ministro dos Transportes e Comunicações sobre a gestão da LAM a cargo da FMA, que já ativou seis rotas nacionais e quatro internacionais, incluindo Lisboa.
O objetivo, apontou, é tornar a LAM uma companhia “respeitada”: “Ainda não chegamos lá, mas os passos que foram dados de abril até aqui são de louvar. Penso que a transformação, a mudança, estão indo na direção que nós gostaríamos de ver”.
Ligações aéreas entre Moçambique e Malaui serão retomadas neste ano
O ministro Mateus Magala esteve em Blantyre, no Malaui, na quinta-feira, dia 2 de novembro, para um encontro com o homólogo Jacob Hara, durante o qual assinou um acordo relativo ao transporte aéreo entre os dois países, o que vai permitir às companhias estatais dos dois países avançar com voos regulares.
“Isso cria mais espaço económico e mais espaço para o turismo e outras oportunidades. É uma notícia extraordinária que brevemente teremos voos dos dois países a beneficiar a população (…) Ainda este ano. A minha ambição é que seja ainda este ano”, concluiu. (NewsAvia)