INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 28 de Julho de 2022 – Os agricultores dos campos de produção do distrito de Manica queixam-se da falta de compradores do gengibre e da consequente baixa do respectivo preço desta produção: de 350 meticais por quilograma para 10 meticais pela mesma quantidade.
Em causa está a escassez de compradores que maioritariamente são cidadãos de origem malawiana, zambiana e zimbabueana, que, por causa das restrições impostas pela COVID 19, viram limitadas as condições de entrada ao país.
Conforme constatamos no terreno, o produto que outrora trazia muito dinheiro às famílias camponesas daquela região fronteiriça está a tornar-se um pico de obra; pois, antes, o rendimento era de 4 milhões de meticais em cada 2 hectares do gengibre, o que baixou para 500 mil meticais, por conta da escassez dos clientes.
A Integrity ouviu Alfredo Tchadzuca, um dos agricultores do povoado de Maridza, em Machipanda, quem afirmou que, em 2 hectares, chega a produzir 100 toneladas de gengibre, com o mercado malawiano garantido.
“Devido à inflação do metical face ao kwacha malawiano, somos obrigados a vender o produto a 10 meticais por quilograma, isso está a nos custar caro”, a mesma fonte sublinhou.
Segundo Francisca Tomás, Governadora da província de Manica, está a caminho uma máquina de processamento daquele produto tido como medicinal, o que significa que o país está a trabalhar com investidores para acabar com os prejuízos na produção do gengibre.
Orçada em 60 mil dólares, a unidade de processamento de gengibre será implantada na cidade de Chimoio. O gengibre é usado para o fabrico de xaropes, refrigerantes e temperos. (Pedro Tawanda em Manica, para IMN)