INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 28 de Julho de 2022 – Face à ameaça de os sectores laborais levantarem uma greve em todo o país, a partir do próximo dia 01 de Agosto, devido ao elevado custo de vida e da decepção com o Governo vigente em relação aos retrocessos no dossiê da Tabela Salarial Única (TSU), a Integrity apurou, junto de fontes do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), os pormenores sobre o “sinistro plano” da corporação para travar possíveis actos de desordem pública.
Conforme consta de um documento em nossa posse, o “sinistro plano” está dividido em três etapas: “com vista a prevenir possíveis actos de desordem pública, o Comando-Geral da PRM estabeleceu um plano de acção anti-motim, onde foram emanadas actividades em três. Neste âmbito, instruí-se o cumprimento das etapas abaixo e posterior envio do relatório”.
A 1ª etapa instruí que se “deve realizar o ciclo de inteligência, recolhendo e sistematizando toda a informação operativa relevante; recolher, sistematizar e difundir o estado de opinião e comentários da população referente a actual situação económica do país (custo de vida) e avaliar as ameaças e riscos que dai poderão advir; Identificar os potenciais instigadores das acções de perturbação da ordem e segurança públicas e adoptar as correspondentes medidas operativas; Identificar, para a devida limitação, os meios de comunicação utilizados para o apelo à agitação e desordem; Localizar e identificar os locais susceptíveis de saques e vandalismo para devida protecção e segurança; Recolher e sistematizar informações relativas à moral das forças e aferir a sua prontidão para fazer face à situação; e penetrar nos movimentos já identificados, recrutamento de indivíduos que poderão fornecer informações sobre as reais tendências da agitação e desordem.”
A 2ª refere que se deve “Executar todas as tarefas previstas na etapa anterior que ainda possam ser realizadas nesta etapa; identificar os locais de aglomerados populacionais e informar as forças para o devido posicionamento; identificar os prováveis líderes dos grupos e tomar medidas de isolamento e recolher todo o potencial delituoso identificado, com vista a evitar o seu uso pelos participantes dos desacatos.”
E, por último, a 3ª ordena que se deve “Executar todas as tarefas previstas na etapa anterior que ainda possam ser realizadas nesta; identificar e localizar os locais que estão a ser palcos de actos de vandalismo e alertar as forças; identificar os líderes dos desacatos para posterior detenção; e Identificar os grupos activos para o seu desmembramento e isolamento.”
De acordo com Bernardino Rafael, “a medida surge como resposta as ameaças de manifestações violentas, convocadas via redes sociais por indivíduos ainda não identificados.”
Portanto, tornamos público este plano – que termina com a palavra de ordem:”cumpra-se” – enquanto órgão de comunicação social, numa altura em que a PRM declarou que a partir da terça-feira (26) estava em prontidão combativa em todas as cidades, vilas, terminais rodoviários e outros locais de aglomerações, para responder a qualquer tentativa de perturbação da ordem, segurança e tranquilidades no país. (INTEGRITY)