INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 26 de Julho de 2022 – Na vila de Macomia, as autoridades locais ainda não estão satisfeitas com o resultado dos anúncios que convidam terroristas a regressar às suas casas, de modo a integrarem-se na sociedade.
As autoridades acreditam que parte das famílias – cujos familiares estão filiados ao terrorismo – não estejam a fazer chegar a informação de forma devida, daí a utilização de mensagens de apelo e persuasão para o regresso a casa.
É neste sentido que, recentemente, as autoridades locais e as forças de defesa e segurança colaram, em principais lugares públicos – ruas, lojas, escolas e mercado – mensagens de apelo aos militantes terroristas, para entregar-se voluntariamente e regressar a salvo.
As mensagens convidativas e de garantia da sua integração na comunidade estão escritas nas seguintes línguas: Árabe, Kiswahili, Emakwa, Kimwani e Ximakonde, algumas das quais são usadas como instrumento de comunicação pelos terroristas.
“Caro compatriota moçambicano, volte para casa, será recebido, os seus parentes esperam por si”, é o que pelo menos se lê nos panfletos afixados para o público, nessas línguas.
Em Maio findo, o Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael, pediu à população de Macomia que convidasse seus filhos ou parênteses que se integraram no grupo terrorista, para regressar a casa. Na mesma ocasião, reiterou que o que não o fizer por sua iniciativa seria morto infelizmente, à semelhança do que já teria acontecido em outros locais em Mocímboa da Praia e Nangade.
Em Cabo Delgado, os ataques terroristas começaram na madrugada do dia 5 de Outubro de 2017, tendo afligido 11 dos 17 distritos de Cabo Delgado. De lá para cá, os ataques ainda persistem com alguma fatalidade e prejuízos, mesmo com a presença das forças da SADC e do Ruanda, que se juntaram às tropas moçambicanas para desenraizar todas as bases terroristas.
As organizações humanitárias e de monitoria do conflito estimam que mais de 4 mil pessoas civis e militares perderam a vida, mais de 800 mil estão deslocadas, além de vários desaparecidos. (Mussa Yussuf, em Pemba para IMN)