Escrito por: Pereira da Fonseca Martins Napuanha
INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 25 de Julho de 2022 – O mundo é composto por cerca de oito biliões de pessoas (2022), onde a Índia compete junto da China para se tornar o país mais populoso do mundo, em 2023 (conforme publicado recentemente pelo World Population Prospects 2022). Actualmente, estatísticas mostram que a China é o país mais populoso do mundo, perdendo a corrida para Índia.
No entanto, importa referir que o nível da população e a influência mundial de alguns países dos diferentes continentes interferem directamente para a economia global, dentre os quais tem-se a destacar os seguintes:
País | População | Percentagem Mundial |
Alemanha | 83.783.942 | 1,07% |
Reino Unido | 67.886.011 | 0,87% |
África de Sul | 59.308.690 | 0,76% |
Estados Unidos da América | 331.002.651 | 4,25% |
Índia | 1.417.826.188 | |
China | 1.439.323.779 | 18,47% |
Moçambique | 31.255.435 | 0,40% |
Torna-se extremamente crucial entender provisional-mente as tendências do nível populacional mundial se pretendermos perceber as tendências macroeconómica do mundo globalizado.
Encontramo-nos numa era económica denominada Indústria 4.0, carregada de emoções, networking, tecnologia de ponta, poucos princípios tradicionais, multifunções, robotização, automação, migração população restrita de algumas personalidades economicamente mais privilegiadas a tenderem migrar do planeta terra, descobrimentos já mais vistos através do uso da tecnologia, dentre outros factos inegáveis a nossa actual realidade.
No presente artigo, pretendemos fazer uma abordagem genérica de vários factores económicos que directa ou indirectamente afectam a população mundial, dentre os quais: a escassez de meios financeiros e custo de vida actual, nível de produção mundial, injecção de fundos de apoio e incentivo económico em Moçambique e PIB das 5 maiores potências económicas mundiais.
Factos Mundiais
Entenda-se que, quanto mais um país apresenta capacidade de produção e distribuição de bens materiais, maior se torna a sua força económica.
Todos nos entendemos claramente que a económica mundial encontra-se em desaceleração, justificando assim a nossa imprevisibilidade de obtenção de recursos financeiros para o nosso sustento a nível familiar e défice orçamental do Estado na maior parte dos países africanos.
Ate antes da pandemia do Covid-19, foram registados indicadores macros económicos que tendiam para um crescimento na ordem dos 5,7% prevendo-se a desaceleração económica até finais de 2022 para cerca de 2,9%.
A Escassez de Meios Financeiros e Custo de Vida Actual em Moçambique
Percebemos recentemente que o custo de vida na generalidade em Moçambique tende a subir e priorizamos a culpabilidade deste facto ao Governo de Moçambique, onde por sinal e a semelhança de vários outros países é o maior empregador da população em idade activa e ate em idade de reforma, este ultimo facto, por um lado, pela falta de transparência e controlo governamental e, por outro lado, interesses políticos.
Moçambique como um todo, detém uma económica caracteriza deficitária pelo facto da balança de pagamentos apresentar a décadas em negativo por vários motivos dentre os quais: baixo nível de produtividade e produção, politicas fiscais menos arrojadas, elevado nível de corrupção, burocratização de mecanismos de investimentos queira nacionais e/ ou estrangeiros, interesses políticos, entre outros aspectos, não menos relevantes.
A referida escassez de “moeda” em circulação esta associada a necessidade de redução de meios circulantes financeiros no mercado nacional, por forma a controlar o nível de inflação que actualmente apresenta-se com tendências a acrescer. E de extrema importa que a inflação seja controlada de modo que se possa proteger a maior parte da população financeiramente desfavorecida, visto que o custo final de qualquer bem ou serviço recai sobre o consumir final.
Entenda-se que a escassez de moeda, bens e/ ou serviços carrega consigo o elevado custo de vida que evidenciamos nos dias correntes. Na generalidade deve-se entender que quanto mais se eleva o custo vida, maior será a necessidade de nos ajustarmos a nova realidade proporcionando maior renda própria, queira por maiores investimentos, identificação de outras fontes de rendimentos, aumento da produção, criação de melhoria do nível de industrialização, diminuição de gastos supérfluos, entre outros aspectos.
“Não basta culpar o Governo pela nossa situação financeira deficitária ou ainda aguardar pelo aumento salarial, por via do mais famoso TSU, uma vez que se o Governo pautar pelo politicamente correcto, incorremos a possibilidade de um Governo mais deficitário, que resultada em mais dificuldades na próxima governação”.
Nível de produção mundial
Somente a China garante 1/3 da produção mundial de bens, pelo elevado nível tecnológico e industrial mundialmente reconhecido. Pode-se assumir, por evidência, que todos nos temos nas nossas casas ou serviços algum bem “Made in China” tornando a China uma das maiores potenciais económicas mundiais, desde os primórdios recentes a menos de um centenário de políticas, processos rígidos e concretos realizados por Mão Tse Sung (Ex-Presidente da República Popular da China) que liderou a revolução Chinesa.
Através da política emanada de eliminação total do Covid-19, a China regista actualmente a paralisação industrial de várias indústrias, reduzindo a quantidade de bens oferecidos ao mercado.
Por outro lado, o conflito que se faz sentir mundialmente, entre a Rússia e Ucrânia, envolvendo vários países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico do Norte), frequentemente referido pela sigla NATO (North Atlantic Treaty Organziation), contribui significativamente para a desaceleração económica mundial, sabendo-se que a Rússia detém um dos maiores depósitos de petróleo do mundo, bem como garante a produção de gás natural para vários países da Europa.
A Europa importa cerca de 40% do seu gás natural a partir da Rússia. O mais curioso é o facto da maior potência industrial e bloco económico da Europa (Alemanha) estar a usar actualmente 50% do seu gás natural proveniente da Rússia. Dentre outros países que igual modo dependem do gás natural da Rússia, contam a Áustria, Hungria, Eslovénia e Eslováquia que obtém cerca de 60% do gás e ainda a Polónia obtém cerca de 80% do seu gás a partir da Rússia.
Cessando as importações da Rússia, a Europa precisa reduzir a demanda por gás em pelo menos 400 terra watts-hora, ou melhor simplificando a Europa terá de reduzir cerca de 10% a 15% da demanda anual.
Por outro lado a Ucrânia destaca-se na arena comercial e industrial, pelos elevados níveis de produção de trigo e seu fornecimento mundial através das políticas mundiais de fornecimento de trigo. Entretanto, o trigo diferentemente do gás natural tem sempre um bem substituto, mas que no entanto e um produto de relevante importância.
O sindicato ucraniano de comerciantes de grãos, reportou recentemente que prevê-se uma caída de 19,2 milhões de toneladas de colheita de trigo da Ucrânia no presente ano (2022), prévio a um recorde de colheita em 2021 na ordem de pouco mais de 33 milhões de toneladas de trigo. Como resultado dos conflitos (Rússia Vs Ucrânia), é óbvio que deve-se esperar menor exportação mundial de trigo proveniente da Ucrânia, aplicando-se a lei da oferta e procura nos mercados mundiais, espera-se uma subida de preço de trigo, pela redução e escassez no mercado mundial.
Injecção de fundos de apoio e incentivo económico em Moçambique
No âmbito de melhoria do cenário macro económico e financeiro em Moçambique, o Banco Mundial, aprovou a cedência de 300 milhões de dólares americanos, para impulsionar a económica em Moçambique.
O que não ficou claro para muitos dos Moçambicanos é se o valor (USD $ 300 milhões) vem por forma de donativos ou financiamento. Entendemos que o valor será usado para recuperação económica pós pandemia, ciclones, restrições fiscais, desaceleração de económica, subida de preços dos combustíveis, entre outros aspectos. Sendo financiamento a que custo interno pagaram os impulsionadores da economia? Sendo donativos, qual será o posicionamento do Governo, junto dos impulsionadores da economia em Moçambique?
De qualquer dos modos, queira em forma de donativos ou por forma de financiamento, a questão crucial permanece sendo:
“Como será conduzido esse valor por forma a garantir a devida aplicabilidade do propósito da cedência?”. A maior parte da população ou agentes económicos desconhece os meios sobre os quais serão utilizados esses fundos.
PIB das 5 maiores potências económicas mundiais
Na arena económica mundial, a globalização trazida pela tecnologia potenciou vários blocos económicos, transformando alguns países em verdadeiras potências económicas, sobre as quais no nosso entender vale a pena reflectir e entender os contornos conduzidos por essas economias mundiais, por forma a servirem-nos de exemplos claros e concretos a seguir.
Um dos termómetros universais de medição económica mundial é o PIB (Produto Interno Bruto) que muito provavelmente a maior parte de nos já ouviu falar, mesmo não tendo entendido, na essência o seu significado. Em termos simplistas o PIB é um indicador económico usado na macroeconomia representando a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada economia/ País.
Destacamos as cinco maiores potências económicas mundiais, na actualidade, tal como apresentadas na tabela abaixo:
Nº | PAIS | PIB | Destaque |
1 | Estados Unidos da América | 21,2 Trilhões USD $ | |
2 | China | 14.3 Trilhões USD $ | |
3 | Japão | 5,1 Trilhões USD $ | |
4 | Alemanha | 3,8 Trilhões USD $ | |
5 | Índia | 2,9 Trilhões USD $ |
Notas de destaque para as 5 maiores potências económicas mundiais:
- Estados Unidos da América
- Responsável por 24% do PIB mundial
- A maior economia do mundo
- Concentra 1/4 da riqueza mundial
- China
- Pais com maior crescimento do mundo
- Crescimento anual médio do PIB na ordem dos 10%
- Esta composta por economias mistas desde as reformas de 1978 de Xiaoping (a 44 anos)
- Japão
- Líder nas áreas de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico
- Tem o maior banco do Mundo (Mitsubishi UFJ Financial Group)
- Alemanha
- A maior economia da Europa
- A maior defensora da prática de economia globalizada
- O país que mais exporta e apresenta uma balança de pagamentos positiva a décadas
- 70% do se PIB e gerado pelos serviços, 29,1% pela industria e 0,9% pela agricultura
- Índia
- Um dos países com crescimento mais acelerado do mundo
- Tem uma taxa de crescimento anual que chega a atingir 5,8%
- Pais com maior força de trabalho mundial
Analisados os diferentes factores que tornam o mundo económico mais globalizado, que lições concretas podemos tirar?
Por opinião própria, podemos concluir que o mundo económico globalizado circunscreve-se pela modernização de execução de actividades, encontrando-se num mundo mais virtual com menos princípios tradicionais e contacto afectivo real. A dependência da tecnologia distraí-nos de maneira infundada e imprudente de modos que a mesma tecnologia de ponta torna os mercados económicos mais previsíveis num sentido e direcção positiva, e voláteis a previsões de recessão económica com origens pandémicas.
Por conta da indecisão aparente dos países membros da NATO, em relação ao conflito político entre a Rússia e Ucrânia, bem como o posicionamento diferenciado dos países da zona euro, em relação aos níveis de inflação e taxas de juros praticadas na mesma zona, pode-se esperar a médio – longo prazo a desintegração do bloco económico europeu.