INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 22 de Julho de 2022 – Nos últimos cinco anos, cidadãos de nacionalidade ruandesa que desenvolvem suas vidas e contribuem para desenvolver a economia em Moçambique são, de forma macabra, raptados, ameaçados e, na pior das hipóteses, assassinados num estilo dos “sicários colombianos do tempo de Pablo Escobar”, no país.
Segundo dados oficiais, a escolha de Moçambique como destino para recomeçar a vida e tentar esquecer o pesadelo do genocídio que ceifou vida a mais de 800 mil ruandeses parece estar com dias contados, principalmente depois que uma “estranha e sinistra” aliança emergiu entre Maputo e Kigali.
A situação está a ficar fora de controlo, tanto que, nas últimas semanas, três incidentes abalaram a Comunidade Ruandesa em Moçambique, com o estranho assassinato de uma cidadã que, por temer pela vida, se apresentava como alguém de nacionalidade congolesa; mas, ainda assim, não escapou do pior.
Na mesma altura, um outro cidadão ruandês foi morto por homens até aqui a monte, sobre o qual, erradamente, alguns órgãos de comunicação social noticiaram ser burundês. Por esta razão, as fontes da “Integrity” enviaram diversas provas para confirmar que o corpo do falecido era do cidadão Selemani Masiya, de nacionalidade ruandesa, a residir em Moçambique há vários anos, onde terá jogado para alguns clubes de futebol da província de Nampula.
Mais uma vez, nesta quarta-feira, ia a ocorrer mais um acto criminoso no bairro de Malhampsene, na cidade da Matola, Província de Maputo; pois, quando menos se esperava, Roger – um conhecido comerciante da nacionalidade ruandesa – salvou-se dos malogrados graças a uma perseguição empreendida por cidadãos que se aperceberam da situação, tendo sido abandonado na zona de Boane e, por conta disso, regressado a salvo ao convívio familiar.
Sobre os crimes contra os cidadãos ruandeses e refugiados em Moçambique, as autoridades moçambicanas nunca se dignaram a trazer resultados das aparentes investigações judiciais até aqui feitas, acabando por se tornar mais “um caso sem saída e nem solução”, ou seja, a culpa morre sozinha.
Conforme apuramos, a situação dos refugiados ruandeses vem-se tornando caótica nos últimos anos, uma vez que o regime vigente em Kigali acredita que – devido a forte evolução económica e académica do grupo que abandonou o país após o genocídio – um dia poderá regressar e lutar pela liderança de Ruanda; daí que vários críticos continuam na “lista negra” do regime que hoje vive aos “beijos e abraços” com as lideranças de Moçambique, tendo, inclusive, assinado vários acordos, entre eles, de extradição e cooperação militar que já colocou mais de 2 mil Homens no Teatro Operacional Norte (TON) e em vários seguimentos de investigação social. (INTEGRITY)