Segundo o médico cirurgião Igor Vaz tratou-se de uma cirurgia complexa e delicada, uma vez que foi amputado o pénis, o escroto, os testículos e a uretra, deixando a criança com sequelas e traumas físicos, psicológicos e sociais difíceis de superar. A cirurgia, vai permitir aliviar o trauma, permitir uma micção de pé e simular um pénis, o que dará a criança algum conforto.
“Nesta fase inicial da reconstrução foi feita uma uretrostomia perineal, de forma que a algália da bexiga fosse retirada e para que a criança pudesse usar a bexiga. Infelizmente a criança perdeu quase toda a uretra e a abordagem foi até quase a bexiga. Posteriormente foi criada uma uretra com a pele da perna que depois de 6 meses será transposta para a zona do períneo”.
Segundo o médico, para além do acompanhamento clínico, a criança e a mãe deverão iniciar um programa de apoio psicológico e social.
“A cirurgia correu bem, a criança recuperou bem e já está na enfermaria e dentro de alguns dias poderá voltar para Tete. Quando a criança voltar deverá ser submetida a uma reconstrução do pénis em duas ou três fases com apoio de cirurgiões plásticos e urologistas nacionais. O seguimento desta criança terá que ser por toda a vida uma vez que esta reconstrução é provisória e aos 18 anos terá que sofrer mais uma série de cirurgias”.
Segundo a mãe da criança, a mesma tinha três anos de idade, quando foi vítima desta violência e desde então tem sofrido situações de bullying o que obrigou o isolamento da criança e dos pais. Durante os 2 últimos anos a mãe e a criança têm recorrido a todos os meios para verem esta situação resolvida.
“Estou feliz por ver a minha criança bem. Quando vivia com tubos não era bom. Os amigos riam dele, às vezes puxavam os tubos. Mas assim sem tubos vai brincar bem e nós também vamos ficar bem porque eu não tinha como sair para procurar emprego ou ir para o mercado. Só ficava em casa a controlar ele”.
A Focus Fístula tem se mostrado preocupada com casos de violência contra crianças que culminam com a amputação dos órgãos ou na morte das crianças. Lamenta que os casos poucas vezes são denunciados porque muitas vezes envolve familiares ou pessoas conhecidas.
“No fim temos uma criança completamente destruída, nunca será completamente “normal”, não poderá ter uma actividade sexual normal, não poderá ter filhos, tem de fazer um tratamento psicossocial, psicológico, hormonal e durante toda a vida e dificilmente vai ser aceite na comunidade. Tudo isso é uma fatalidade para o miúdo, para o pai e para a mãe”, referiu Igor Vaz.
A cirurgia foi gratuita e decorreu no âmbito do programa de cirurgia reconstrutiva implementado pela Focus Fístula Moçambique, uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que intervém na saúde uro-ginecológica e Cirurgia Reconstrutiva financiado pela Embaixada da Irlanda. Esta cirurgia contou também com o apoio do Hospital Privado do Maputo que cedeu as suas instalações, salas de operações equipe médica e de enfermagem.
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