Escrito por: Omardine Omar, Jornalista
INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 20 de Julho de 2022 – A galáctica frase “acompanhe-nos, vamos apanhar lenha” é bastante conhecida no campo militar, daí que, nos Teatros Operacionais onde ocorrem qualquer conflito, quando um inimigo é capturado ou se verifica sinais de alta traição, esta frase é ressuscitada e quem conhece e entende o seu real sentido, já sabe que nunca mais voltará a ver os seus! É uma situação de morte certa, no estilo da saga “Hard Target”, ou seja, “O Alvo” do famoso actor Jean-Claude Van Damme, que contou com os papéis de vilões Lance Henriksen (como Emil Fouchon) e Arnold Vosloo (Pik Van Cleef), embora não seja este o cerne deste texto!
Sucede, por conseguinte, que os papéis interpretados pelos dois vilões exemplificam um pouco sobre como “se apanha lenha” numa zona de conflito. Por isso, num contexto realístico, é normal verificar, em zonas de conflito ou terrorismo, camiões a transportar quantidades enormes de material lenhoso e sem um destino à vista. Estranhamente, os residentes das regiões assoladas por conflitos, quando se deparam com os veículos a passarem pelas redondezas, pensam que se trata de material que será usado para confeccionar alimentos ou fazer uma fogueira, enquanto, no final do dia, um inimigo ou suspeito está a dois passos do fogo do inferno – basta uma chama do fósforo e gasolina/petróleo para que o homem arda tudo e todos ao seu redor!
Assim, em zonas onde se “apanha lenha”, o homem já não tem respeito pela vida, pelo que vive ao estilo hobbesiano: “o homem é o lobo do próprio homem”, num estilo do Estado de natureza, num cenário de guerra de todos contra todos. E aqui, não há piedade! Alguns até leem Livros Sagrados para justificar as suas atrocidades. Ignoram os reais significados das revelações contidas nos versículos, os quais são e devem ser devidamente interpretados e clarificados. Mas aos olhos de quem “adora a barbaridade”, o verdadeiro significado é-nos, geralmente, encoberto, e apenas eles conhecem a verdade – por isso não estranhe que, raramente, se saiba o destino dos excedentes de uma guerra, em tempos modernos e, concretamente, em alguns países africanos.
Ora, factos similares a estes, ninguém confirmará e as verdadeiras testemunhas são sempre levadas para o mesmo destino, ou seja, um outro grupo lhes ajuda a irem apanhar lenha, para que a verdadeira história das zonas libertadas jamais venha a ser contada e caso apareça alguém a tentar contar, estará a falar sem propriedade e provas, mas existem aqueles que podem – estamos a falar dos grandes senhores da tecnologia global – os países que controlam o planeta terra – detentores de grandes máquinas astronómicas e espaciais, as que mostraram Nhangumele e Do Rosário as imagens reais de embarcações a serem lavadas e removidas sujidades, numa das costas moçambicanas!
Neste contexto, se eles estiverem atentos ao real cenário das zonas de conflito em África, especialmente em regiões como Cabo Delgado (Moçambique), logo, perceberemos o porquê de a evolução constante do conflito e os novos interessados para que o conflito jamais tenha um fim e a paz retorne a correr na vida de cada habitante daquela martirizada região – aí se percebera que, constantemente, haja quem diga: “Senhor! Acompanhe-nos, vamos apanhar lenha!”