Vladimir Putin pronunciou-se acerca da morte de Yevgeny Prigozhin e enviou condolências à família do líder do grupo Wagner, menos de 24 horas após o avião em que seguia ter-se despenhado a norte de Moscovo.
Segundo reporta a SKY News, o Presidente russo descreveu o falecido líder militar como “um homem de negócios talentoso”. Os dois antigos aliados já se conheciam desde os anos 90, mas, recentemente, a relação entre ambos deteriorou-se depois de o grupo Wagner ter-se rebelado contra Moscovo.
No seu mais recente discurso, Putin enviou as condolência à família de Prigozhin e garantiu que a Rússia vai acompanhar a investigação à queda do jato privado e analisar os resultados da mesma.
De acordo com a BBC News, na sua mensagem relativa à morte de Prigozhin, Putin disse ainda que o antigo aliado “cometeu erros sérios na vida, mas que também procurou alcançar os resultados necessários – tanto para si próprio como nos momentos em que lhe pedi para o fazer, pela causa comum, como nestes últimos meses.”
O acidente ocorreu na quarta-feira, pelas 18 horas locais, e matou todos os 10 passageiros que seguiam a bordo do Embraer Legacy 600. Para além de Prigozhin, seguia na aeronave Dmitry Utkin, cofundador do grupo Wagner e braço direito do líder dos mercenários.
Países não descartam desastre encomendado
O desastre alimentou especulações de que o homem que se tornou inimigo do Kremlin após a rebelião fracassada em junho teria sido assassinado e até promessas de vingança de membros da empresa militar fiéis ao seu líder nas redes sociais.
Avaliações preliminares do governo norte-americano, citadas hoje pelo Wall Street Journal, indicam que a queda do jato que transportava Prigozhin resultou de uma conspiração para assassinar o líder dos mercenários.
A mesma fonte adianta que até ao momento não existem indicações de que o jato tenha sido abatido por um míssil, como indicavam rumores em canais nas redes sociais próximos do grupo Wagner, e que as informações disponíveis sugerem que uma bomba explodiu a bordo ou outro uma sabotagem do aparelho.A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, juntou-se hoje às suspeitas de países europeus sobre responsabilidade do Kremlin na presumível morte de Prigozhin.
“Não é coincidência que o mundo inteiro esteja agora a olhar para o Kremlin quando um ex-assessor de Putin caiu literalmente em desgraça, repentinamente do céu, dois meses depois de tentar uma rebelião”, disse Baerbock.
Na quarta-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, já tinha dito que “poucas coisas acontecem na Rússia sem que Putin tenha algo a ver com isso”. Entre os países europeus domina a cautela nas reações à queda do avião, na quarta-feira, que terá provocado a morte de Prigozhin.
O porta-voz do Governo francês, Olivier Verán, admitiu que existem “dúvidas razoáveis” sobre o sucedido, dados os laços mantidos durante anos entre Prigozhin e o Presidente russo, Vladimir Putin. (SIC Notícias/ LUSA)