INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 19 de Julho de 2022 – Jovens do distrito de Palma, onde as autoridades afirmam que a vida já decorre com normalidade, queixam-se de abusos e cobranças ilícitas, protagonizadas por alguns agentes das forças moçambicanas, quando estes não apresentam documentos de identificação, por exemplo, o bilhete de identidade ou quando exibem o mesmo fora da validade.
Em consequência, os jovens devem subornar, aquilo que, também, se chama de “refresco” ou “qualquer coisa” para continuarem com a sua viagem. Noutros casos, os mesmos passam a ser amigos e os militares sempre que necessitem de algum valor aproximam e assim é resolvido o problema.
No entanto, as reclamações dos jovens, não recaem sobre as tropas ruandesas, também, estabelecidas no distrito de Palma já há um ano.
Entretanto, para a Secretária Permanente do distrito de Palma, Laurinda de Fátima Luciano, a falta dos serviços de registo civil e notariado é grande preocupação, quer para o governo, tanto como para a população locais, por isso, na semana finda, afirmou que as instituições do Estado estavam a funcionar, com excepção os serviços de emissão de documentos.
Laurinda de Fátima Luciano, explicou que, há um esforço com a Directora dos Serviços Provinciais de Justiça e Trabalho, para criar condições no sentido de retomar os serviços de registos e notariais.
Os ataques terroristas em Cabo Delgado, começaram na madrugada de 5 de Outubro de 2017 e afectaram 11 dos 17 distritos de Cabo Delgado. De lá para cá, os ataques continuam, mesmo com a presença das forças da SADC e do Ruanda que se juntaram às tropas moçambicanas e desmantelaram várias bases.
As organizações humanitárias e de monitoria do conflito estimam que mais de 4 mil pessoas, civis e militares, perderam a vida, mais de 800 mil estão deslocadas, além de vários desaparecidos. (Mussa Yussuf, em Pemba para IMN)