Dados fornecidos ao “Jornal Notícias” pelo Director-Geral da empresa, Filipe Raposo, indicam que nos campos perderam-se 470 mil toneladas de cana, representando 1.6 mil milhões de meticais. Estes números reforçam a informação anteriormente partilhada pela açucareira de que não tirou proveito da última campanha de produção, porque as inundações aconteceram no segundo mês do ano.
As perdas, de acordo com Filipe Raposo, afectaram gravemente a sustentabilidade da empresa, razão pela qual em abril anunciou a possibilidade de interromper a laboração e reduzir o número de trabalhadores. Embora a interrupção não tenha ocorrido, a empresa não conseguiu manter o número de colaboradores que tinha no princípio do ano. Assim, dos cerca de 500 trabalhadores então vinculados à açucareira, baixou-se para perto de 140 actualmente.
De acordo com avaliações feitas, seriam necessários, pelo menos, entre um a dois anos para a empresa reerguer-se, podendo beneficiar de investimento. Ademais, existem vários sistemas como irrigação e drenagem que não foram repostos, assim como equipamentos que necessitam de reparação. Para além disso, alguns campos continuam quase inacessíveis.
Estes dados são avançados num contexto em que os danos ainda se mostram visíveis, impedindo que a empresa possa projectar a nova campanha de produção. A Maragra Açúcar, SA situa-se no distrito da Manhiça, a 80 quilómetros a norte da provincia de Maputo, produzindo, anualmente, 80 mil toneladas de açúcar, fruto de mais de 460 mil toneladas de cana, também cultivadas em suas propriedades.
É detida em 99 por cento pela Illovo, um grupo sul-africano presente em seis países da África Austral, e um por cento por um outro investidor. (Jornal Notícias)