IMN – MOÇAMBIQUE, 15 de Julho de 2022 – Na Quarta-feira (13), em Maputo, o Director Nacional Adjunto de Contabilidade e Finanças, no Ministério da Economia e Finanças, Abílio Sigauque, anunciou e explicou os números quantitativos da Tabela Salarial Única (TSU) em função dos níveis e categorias que parte dos funcionários públicos irão se beneficiar. .
Assim, na tabela com 21 níveis, o destaque vai para o aumento do salário mínimo no Aparelho do Estado em 100%, ou seja, dos anteriores 4.758.00 Meticais para 8.758.00 Meticais e o suplemento dos titulares e membros de órgão público que começam dos 9.945.48 a 132.606.40 Meticais.
Entretanto, embora alguns sectores da Função Pública estejam em festa pelo incremento salarial, uma parte significativa dos funcionários com destaque para os da educação, ainda se verifica várias zonas de penumbras quando se fala da TSU. Conforme apuramos, há vários funcionários e denúncias que recebemos no que se refere a insatisfação e não se percebe quase nada sobre a lógica dos níveis que se apresentaram na Quarta-feira.
De acordo com dados de um funcionário público que pediu anonimato a nossa reportagem, “há muitos erros de cálculos. Não se percebe nada das bases de cada carreira, fala-se mais de nível 1, o mais baixo e do nível 21 o mais alto e aos demais, não se percebe quase nada. O pessoal quer saber de onde parte e onde termina o auxiliar, o N4, o N3, o N2, o N1, o Mestre, os Especialistas e por aí em diante.”
Por outro lado, a fonte avançou o seguinte: “parece que há N3 que esta superando um N1, há auxiliares na mesma linha salarial de um básico, há pessoas que mudaram há 4 anos para N1 e porque entrou em 2011 no Estado já esta superar, por exemplo alguém que esta há 8 anos na carreira de N1. Outrossim, são as diferenças salariais, começamos a ver que vão até 30 mil Meticais para pessoas da mesma carreira sendo em vantagem com menos tempo da carreira do outro.”
Uma outra fonte, disse que “muita gente ou acima de 70% no seu sector de trabalho esta descontente.” Ao exemplo disso, está outra fonte que pediu anonimato, sendo que a mesma trabalha na Província da Zambézia, concretamente no distrito de Mocuba, ora em conversa com a nossa reportagem demonstrou sua frustração ao afirmar que: “eu sou médio-técnico profissional há três anos e estou na Função Pública há oito anos, mas fui enquadrado no nível 2 da TSU (…) no final das contas sai prejudicado com isso. Porque antes estava como DN3, C1 e meu salário rondava nos 14 mil Meticais e com as gratificações chegava aos 16 mil Meticais. Mas agora depois dos cálculos estarei nos 14 mil e pouco (…).”Para além disso, a fonte acrescenta no seu discurso que “estes senhores arruinaram minha vida.”
A situação da TSU já levou certos funcionários públicos a escreverem para o Ministério da Economia e Finanças pedindo esclarecimentos sobre os critérios usados de conversão das carreiras, uma situação que ainda vai “gastar muita saliva e despachos ministeriais.” (Omardine Omar)