IMN-MOÇAMBIQUE, 15 de Julho de 2022 – O Hospital Central de Maputo (HCM), encontra-se desde a Quinta-feira (14) reunido em mais uma sessão de jornadas científicas que decorre na Cidade de Maputo sob o lema, “diagnosticar para melhor tratar”. Trata-se da VI Edição do mais alto momento de exaltação da ciência, onde serão apresentados 400 trabalhos de um diversificado manancial científico de temáticas sobre saúde.
Na sessão de abertura, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, enalteceu o trabalho desenvolvido pelos seus pares na melhoria dos cuidados de saúde à população, o mesmo sublinhou que as soluções para os diferentes problemas de saúde, dependem das respostas provenientes de pesquisas realizadas. Por via disso, exortou aos participantes para que no fim dos trabalhos, tragam propostas baseadas em evidências.
O dirigente, reconheceu existirem ainda desafios no campo da pesquisa, ao mesmo tempo que garantiu existir no seio do sector que dirige, capacidade técnica científica, para realizar estudos de qualidade capazes de transformar esses mesmos desafios em soluções concretas.
Num outro desenvolvimento, o Ministro aludiu que as experiências acumuladas no sector, derivadas de situações dramáticas vivenciadas ao longo dos últimos dois anos permitiu acumular não só conhecimento e aprendizado, sobretudo oportunidades que permitem fazer mais e melhor.
Durante a sua intervenção, o titular da pasta de saúde, destacou o enorme potencial que o HCM possui no ramo de formação e pesquisa, tendo por via disso, sublinhado que nos últimos cinco anos, foram lançados no mercado de trabalho por esta unidade sanitária, um total de duzentos e oito especialistas formados em diferentes áreas do saber da medicina.
Na componente pesquisa, avançou que actualmente, o HCM produz em média, 88 protocolos de pesquisa, implementa 55 trabalhos e publica 15 artigos em revistas científicas.
Contudo, o Ministro da Saúde, fez saber que o peso de algumas doenças transmissíveis e não transmissíveis, têm sobrecarregado de forma considerável a maior unidade sanitária do país.
A título de exemplo, disse que a Covid-19 que registou 1710 internamentos, 512 óbitos, 924 infecções em profissionais de saúde no HCM, contribuiu significadamente para reduzir o desempenho deste Hospital nas áreas de tratamento e componente de investigação científica.
Por outro lado, entre as principais causas de internamentos registados em 2021 no HCM, destaque vai para as pneumonias, esquizofrenia, transtornos mentais e comportamental, sendo a pneumonia, a que maior taxa de letalidade registou neste hospital.
Em contramão, o cancro, a hipertensão arterial e as diabetes, constituem as principais causas de morbimortalidade no HCM o que corresponde a um total de 12% de internamentos em adultos e crianças, sendo por ordem de maior prevalência, as neoplasias malignas com 2121 casos, diabetes 946 casos, e a hipertensão com 360 casos.
Estas estatísticas, segundo Tiago, permitem realizar estudos profundos e mais específicos sobre o padrão de ocorrência destas doenças e encontrar soluções adequadas à realidade moçambicana. (Integrity)