IMN – MOÇAMBIQUE, 12 de Julho de 2022 – Na África do Sul, concretamente em Durban (uma cidade costeira na província de KwaZulu-Natal), milhares de raparigas são sujeitas a testes para se descobrir se ainda são virgens, prática esta que é tida como violação da dignidade das mulheres. Mas alguns dizem que é uma parte importante da cultura sul-africana.
Em contrapartida isto acaba criando grupos distintos entre as raparigas, onde segundo as doutrinas das mulheres mais velhas, se uma menina ainda é virgem, esta não pode andar com uma mulher que já não seja por ela não ser mais “pura ou limpa”.
Muitos respeitam esta prática cultural mas outras a consideram degradante, para o “rastreio”, as raparigas são submetidas a deitarem-se de costas e abrirem as pernas onde as mulheres mas velhas colocam os dedos em suas genitálias e interpretam os resultados.
Esta comunidade esta convicta de que o teste de virgindade é o caminho certo a seguir-se e que mantem as raparigas sob o controle. Uma rapariga que chega aos 21 anos ainda virgem, é algo celebrado como um grande feito, onde os seus progenitores (o pai neste caso) condecoram a sua filha como a heroína da família.
O “Memulo” é uma cerimónia tradicional que marca a transição para feminilidade das raparigas zulu na África do Sul, simboliza que a rapariga esta pronta para casar e esta é digna de todo respeito não só da família mas também de toda a comunidade.
Infelizmente, os testes de virgindade nem sempre são celebrações felizes, algumas raparigas são obrigadas a participarem e sofrem consequências horrendas principalmente quando o resultado prova o contrário.
A lei diz que os testes de virgindade são permitidos sob condições rigorosas, primeiro as raparigas precisam dar o seu consentimento, segundo, devem ser maiores de 16 anos e os resultados não devem ser divulgados publicamente.
Organizações dos Direitos humanos geralmente condenam a prática mas é tolerada em algumas regiões, resta apenas cada uma fazer a escolha mais sensata, e que possam reivindicar os seus direitos caso estejam a ser obrigadas. – (Paula Cristina)