Durante uma conferência organizada pelo ministério da energia saudita, o peso pesado e uma das forças motoras da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anunciou que cortará a produção de petróleo em 1 milhão de barris por dia em uma tentativa de aumentar os preços do petróleo.
Esta medida aplica-se a partir de Julho e “pode ser prorrogada”, afirmou o príncipe Abdelaziz bin Salman no final da conferência de imprensa após uma reunião em Viena, na Áustria, dos treze membros da OPEP e dos seus dez aliados, liderados pela Rússia.
“Este é um grande dia para nós, porque a qualidade do acordo é sem precedentes”, disse o ministro saudita, acrescentando que o novo conjunto de metas de produção é “muito mais transparente e muito mais justo”.
Os países chegaram a um acordo a política de produção após sete horas de negociações em Viena devido a inúmeras discordâncias, mas no final concordaram em estender os cortes a anteriores na oferta até o final de 2024 por mais um total de 1,4 milhões de barris por dia.
Esta organização, que muitos analistas a categorizam como “cartel” representa cerca de 40% da produção de crude mundial, o que significa que qualquer decisão tomada no seio do grupo repercute imediatamente a nível internacional, impactando sobretudo os países que apenas importam e cujos orçamentos de Estado não previam cortes sucessivos ou abruptos.
Segundo estimativas do FMI, Riad precisa de um preço do petróleo acima de US$ 80 o barril para equilibrar o seu orçamento e financiar alguns dos seus “megaprojectos” que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman espera que possam ajudar a transformar a economia.
Embora este acordo seja resultado de uma decisão conjunta, a distribuição dos cortes foi controversa, com muitos membros africanos inicialmente resistindo aos esforços para reduzir as suas linhas de base de produção.
Países como Angola e Nigéria, que lutam há anos para atingir as metas de produção existentes após anos de pouco investimento relutavam em reduzir a produção. Porém o relatório final revelou que esta medida deve alinhar as metas de produção com a produção real sem impactar a capacidade de produção de ambos os países.
Os Emirados Árabes Unidos, por sua vez, foram autorizados a aumentar as metas de produção em cerca de 200 mil barris por dia para 3,22 milhões.
O gigante russo também pode ter suas metas de produção reduzidas, dependendo das conclusões de uma revisão dos níveis actuais de produção por especialistas independentes. O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, mostrou-se confiante e acredita que a organização consegue sempre “encontrar um terreno comum” para todos os membros. (RFI)