Entretanto, esta boa-vontade, manifestada por algumas ONG’s em Quelimane, está a criar agitação nas comunidades, porque segundo afirmam alguns beneficiários, “o apoio não está a ser alocado aos verdadeiros afectados pela intempérie, e lançam o dedo acusador aos secretários dos bairros, o Governo do Distrito de Quelimane e aos respectivos doadores de estarem a pautar por selectividade de pessoas na hora de entrega dos produtos”, consideraram.
Esta quinta-feira (04.05), por exemplo, um grupo de pessoas afectadas pelo ciclone na cidade de Quelimane, nos bairros da Liberdade (Av.Maputo) e Sangariveira, amotinou-se para reclamar a exclusão na recepção do apoio enquanto vítimas.
Ana Mussaf, Secretária do Círculo do bairro Liberdade, explica que “foi feito um levantamento das vítimas, inclusive que estavam albergadas nas escolas a quando da passagem do ciclone, a mesma levou-se a uma ONG, Kukumbi, está por sua vez, pediu que a lista tivesse aval do Governo Distrital de Quelimane. Orientação dada, orientação cumprida. Mas até ao momento, nenhum apoio chegou-nos, nem mesmo do Governo”, reivindicou.
Em Sangariveira, a Organização Tzu Chi Foundation movimentou dois camiões cavalos com produtos diversos para apoiar àquela comunidade e devido a incerteza de receber ou não, houve uma agitação, aonde foi preciso solicitar um aparato policial para controlar os ânimos. Os populares afectados pelo Freddy, reclamam que não estão a ser inclusos na lista de beneficiários dos apoios que estão a ser distribuídos, “a seleção é clandestina”, disse um cidadão residente em Sangariveira.
À “Integrity”, o Administrador de Quelimane, Simplício Andrade, reconheceu o problema, mas lança a culpa às Organizações não-governamentais que “de forma isolada, sem o consentimento da gestão administrativa, alocam tais apoios e sem mapeamento dos reais locais com necessidade. Não descartamos a possiblidade de apoio de uma mão externa de má-fé”, disse o governante para depois acrescentar, que “já notificamos as ONG’s que temos conhecimento que estão a prestar tais apoios e de forma individual, sem o nosso conhecimento criando tumultos nas nossas comunidades, desde a Kukumbi, Cáritas Diocesiana e Tzu Chi Foundation para percebermos e de uma forma organizada apoiarmos as nossas populações.”
Na entrevista concedida à “Integrity”,
Simplício Andrade avançou que, esta semana o Governo está alocar através do INGD na Zambézia à algumas localidades afectadas pelo ciclone Freddy, camiões com produtos diversos, com destaque para alimentícios para salvaguardar a vida da população. (Gil Namelo, em Quelimane para à Integrity)