Porto da Beira é o mais eficiente da África austral e ocupa a posição 270 no ranking global de manuseamento de contentores numa avaliação de 370 portos

No início deste ano, o Banco Mundial classificou o Porto da Beira como o mais eficiente da região austral de África e o sexto com maior rapidez no manuseamento de carga na África Subsaariana. Trata-se de uma distinção que também é reconhecida pelos tradicionais operadores deste complexo portuário, nomeadamente, o Zimbabwe, Zâmbia, Malawi, Botswana e RD Congo.

Intervindo há dias à Imprensa, Félix Machado, operador do ramo de logística e linhas de navegação, considerou que a distinção do porto é meritória, no entanto, deve ser entendida como uma grande responsabilidade para a Cornelder de Moçambique, entidade gestora dos terminais do complexo.

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O Índice de desempenho dos portos que manuseiam contentores coloca a infraestrutura portuária moçambicana na posição 270, de um total de 370 portos avaliados. Os analistas do Banco Mundial consideram que a carga contentorizada leva menos tempo na Beira em relação, por exemplo, a Durban e Cidade do Cabo, na África do Sul, e Luanda, em Angola.

De acordo com Félix Machado, “a Cornelder está de parabéns neste âmbito, sobretudo no terminal de contentores, mas isto traz um grande desafio para o terminal de carga geral porque todos nós, quando entramos na área de logística, queremos ver sempre as coisas a melhorarem.” Para Machado, apela que este estudo do Banco Mundial seja mais extensivo ao chamado Corredor de Desenvolvimento da Beira, destacando-se o manuseio de toda a carga no recinto portuário e o seu transporte para os países do “hinterland”.

No entanto, Félix Machado avançou que “neste momento, existem limitações no canal de acesso, pormenor que leva a que navios esperem semanas para atracar no Porto da Beira, devido à deficiente balizagem, dragagem e necessidade de mais investimentos no terminal de carga geral. Fora disso, entende a fonte que legislação aduaneira já não responde à realidade actual.

Facto este que segundo Machado é necessário que haja uma implementação por parte da Autoridade Tributária, do Diploma Ministerial 19/53, assinado há meses pelo ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, resultante de debates e consensos havidos na Beira, cuja falta se reflecte na perda de carga do Corredor de Desenvolvimento da Beira para portos de Dar-es-Salaam e Namíbia.

Portanto, na África Austral, a infraestrutura portuária nacional está à frente de todos os portos, a exemplo do Porto de Maputo que aparece na posição 321, de Durban, na posição 365 e de Luanda na posição 366. Já na África Subsaariana, Beira é o sexto porto mais eficiente. Os três mais eficientes da região são de Matadi, RD Congo, na posição 170, seguido de Berbera, na Somália, na posição 184, e o de Conacri, na posição 242.

De referir que actualmente, o Porto da Beira manuseia cerca de 300 mil contentores de carga por ano e projecta, a breve trecho, duplicar essa quantidade, para cerca de 700 mil contentores por ano, dependendo, para isso de novos investimentos em recursos humanos e sistemas de operação portuária. (INTEGRITY)