IMN – MOÇAMBIQUE, 07 de Julho de 2022 – O número de pessoas afectadas pela fome, a nível mundial, aumentou em 150 milhões durante a pandemia da COVID-19, para cerca de 828 milhões de pessoas, alertaram, esta quarta-feira (06), várias agências da ONU.
Segundo o relatório “2022 – Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”, produzido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outras agências da ONU, o número de pessoas afectadas pela fome continua a aumentar.
A oito anos do prazo estabelecido pela ONU para acabar com a fome (2030), a insegurança alimentar e todas as formas de desnutrição – nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, aprovados em 2015, “o mundo está a mover-se na direcção errada”, refere o relatório da FAO, Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O aumento da fome global em 2021 reflecte desigualdades exacerbadas entre e dentro dos países devido a um padrão desigual de recuperação económica e a perda de rendimentos entre os mais afectados pela pandemia” de covid-19, explica o relatório, indicando que, no ano passado, “havia entre 702 e 828 milhões de pessoas afectadas pela fome.”
O número cresceu em cerca de 150 milhões desde o início da pandemia, sobretudo no primeiro ano, em 2020, quando foram contabilizadas mais 103 milhões de pessoas com fome do que no ano anterior.
O aumento registado, principalmente, em África, na Ásia e na América Latina e Caraíbas continuou nestas regiões em 2021, embora a um ritmo mais lento, adianta o documento das Nações Unidas. Em 2021, a fome afectou 278 milhões de pessoas em África, 425 milhões na Ásia e 56,5 milhões na América Latina América e Caraíbas.
Segundo o relatório, “os números mostram uma disparidade regional persistente, com a África a suportar o fardo: uma em cada cinco pessoas (20,2% da população) passou fome em 2021, em comparação com 9,1% na Ásia, 8,6% na América Latina e Caraíbas, 5,8% na Oceânia e menos de 2,5% na América do Norte e na Europa”. – (Integrity Magazine)