Daí que depois dos Acordos de paz definitiva, assinado entre o Governo moçambicano e o partido RENAMO, houve a necessidade de criação dos clubes de paz, para devolver a esperança as filhas e filhos dos desmobilizados e reintegrados nas comunidades locais, e como “a educação é a única arma para transformar num homem novo e liberto da ignorância”, como diriam em linhas gerais Nelson Mandela e Samora Machel. Eis que o Projecto de Restauração da Gorongosa, delineou seis programas, entre eles os clubes da paz que no total aglutinam 525 membros de dois distritos, nomeadamente Gorongosa e Cheringoma, na província de Sofala.
Pois embora, segundo apuramos, os mentores do projecto tenham sido mal compreendidos até certa forma pela Direcção da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) de que o clube da paz beneficiava mais a RENAMO do que as comunidades visadas, o facto é que no terreno, “Integrity” compreendeu que o projecto afinal está a beneficiar todos os moçambicanos residentes nas regiões abrangidas, independentemente das cores ou motivações políticas dos mesmos.
De acordo com o trabalho de campo, desenvolvido pela nossa reportagem nos últimos dias, constatamos que os clubes da paz estão ligados aos centros de alfabetização já existentes, curiosamente, um programa desenvolvido pelo Governo moçambicano e parceiros que visam devolver a todos os moçambicanos que não tiveram oportunidade de estudar, uma nova oportunidade de se reinventar e redirecionar a sua vida.
A ideia segundo os operacionais do projecto é de que “as pessoas possam olhar para frente e viverem sem estigma ou perseguição, uma vez que já existe um acordo definitivo de paz e que engloba a todas partes que algum tempo atrás digladiavam.”
De referir que ao nível da implementação do DDR, a par das outras bases, até ao momento, apenas uma, localizada nas matas da Gorongosa é que não ocorreu o processo monitorado pelas Nações Unidas e outras organizações nacionais e internacionais, tudo porque não estavam a ser honradas as pensões dos ex-guerrilheiros da RENAMO, facto este que levou o governo aprovar um novo decreto que define pensões vitalícias os desmobilizados e reintegrados, o que obrigou o PR Filipe Nyusi a deslocar-se ao Tribunal Administrativo para exigir celeridade no processo de autorização do visto para posterior pagamentos das pensões aos homens residuais da RENAMO como forma de encerrar em definitivo o processo do DDR que abrange há mais de cinco mil ex-guerrilheiros da RENAMO. (Omardine Omar)